A primeira etapa do projeto Biblioteca Acessível que permite aos portadores de deficiência física, idosos e semi-analfabetos realizarem pesquisas nos acervos físicos e digitais da Fundação Biblioteca Nacional (FBN), no Rio de Janeiro, foi lançada na segunda-feira, dia 21 de julho.
Além de capacitar técnicos para o atendimento desse público específico, serão instalados equipamentos na Divisão de Obras Gerais e softwares no Portal da FBN, tais como ampliadores de textos eletrônicos, leitores autônomos, scanner de livros com linhas Braille, folheadores automáticos de livros, teclados e mouses especiais, impressoras Braille e programas para leitura de textos que fazem reconhecimento de voz.
O projeto - que foi desenvolvido em janeiro deste ano pela Acessibilidade Brasil, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público - servirá como modelo para o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas (SNBP), responsável pela coordenação e implantação de unidades pelo Brasil.
Segundo o presidente da FBN, Muniz Sodré, a missão da Fundação desdobra-se em duas ações principais: guardar o acervo da memória nacional, em quaisquer suportes, e difundi-lo. “Assim, qualquer iniciativa que favoreça uma dessas vertentes faz parte do trabalho fundamental da FBN. Quando, então, essa realização beneficia minorias excluídas, de uma ou outra forma do processo civil brasileiro, é mais do que importante, é crucial reverter tal situação, como acontece agora, especificamente, com o projeto já instalado de acesso à leitura para cegos ou indivíduos com baixa visão, cuja montante nacional chega a ser de cerca de 1,5 milhão de pessoas”, ressalta Sodré.
Já para o presidente da Oscip Acessibilidade Brasil, Guilherme Lira, a expectativa maior do projeto é o atendimento de pessoas com deficiência nas bibliotecas públicas do pais, no dentro do conceito ‘Biblioteca para Todos’.
Lira lembrou que o projeto Biblioteca Acessível será ampliado e atingirá outras unidades. “A idéia foi o desenvolvimento do modelo brasileiro de biblioteca acessível para as demais bibliotecas. Pois sendo a Biblioteca Nacional que coordena o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, nada seria mais adequado.”
Projeto Biblioteca Acessível
Primeira Etapa - O objetivo é privilegiar o acesso físico (local) ao acervo com a implantação de equipamentos de última geração. Dentre esses, ampliadores eletrônicos, que aumentam textos e imagens em até 60 vezes, permitindo a pessoas com baixa visão acessar livros, documentos e textos em geral; leitores autônomos de livros, que auxiliam cegos, idosos, pessoas com baixa visão e analfabetos funcionais; linhas Braille, que são linhas com celas Braille dinâmicas, isto é as celas se movimentam em braille, convertendo o que é lido pelo computador ou mesmo pelo leitor autônomo. Além dessas novidades, a FBN disponibilizou dois computadores com programas leitores de tela para que pessoas cegas possam acessar os catálogos informatizados da Biblioteca Nacional e, também, imprimir trechos de livros ou de outros documentos na linguagem em Braille.
Segunda Etapa - A partir do dia 30 de julho, catálogos, informações e o acervo da Biblioteca Nacional disponibilizado na Internet poderá ser acessado por pessoas com deficiência. Trata-se da adequação de uma parte do Portal da FBN para privilegiar o acesso virtual, conforme a legislação de acessibilidade.
Terceira Etapa - O objetivo é converter parte do acervo digital. Gradativamente algumas coleções (em domínio público) estarão disponíveis em livros fonados ou falados (na Biblioteca Nacional ou na Internet). Essa conversão utilizará o padrão DAISY (Digital Accessible Information SYstem), que é o atualmente adotado pela maioria dos países. Inicialmente, em comemoração aos 100 anos de falecimento do escritor Machado de Assis, será transcrita uma coleção composta por dez livros de sua autoria.
(Texto: Comunicação Social/MinC)
(Fonte: Ascom/FBN) Texto enviado pela colega Ana Flávia (com a colaboração de Marília-bunita).
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